Oferta e demanda apertada criam expectativa entre os cafeicultores

A colheita de café segue avançando no Brasil, e o grão atingiu o maior preço da história. Um fator importante é que a oferta limitada na Ásia continua ditando o ritmo do mercado, impulsionando tanto os preços do robusta quanto do arábica.

Segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), houve um aumento de 5,3%  para o café arábica, com a saca de 60 kg. 

Já se tratando do robusta, as cotações subiram 4,2% na primeira quinzena de julho e renovou o recorde do Cepea, referente a série histórica iniciada em 2001. O preço da saca de 60Kg chegou a R$1.292,34. 

Sacarias de café em armazém de Minas Gerais, safra de 2023.
Oscilações no mercado começaram desde o início da safra, conforme a quebra tem se confirmado

“A alta do dólar explica esse preço para ambas as variedades. O dólar subiu 6,7%, sendo o principal fator por trás da valorização dos preços”, destaca o Gerente de Inteligência de Mercado Café da Stonex, Fernando Maximiliano.

A escassez de café no continente asiático deve continuar influenciando os preços nos próximos meses, já que o cenário não deve mudar a curto prazo. 

A Indonésia, terceiro maior produtor de café do mundo, iniciou sua colheita há algumas semanas, enquanto o Vietnã deve começar apenas em meados de novembro. A ausência desses países no mercado tende a sustentar os preços atuais.

Outro ponto que começa a levantar preocupações é a produção brasileira. “Existem muitos relatos de que o rendimento das lavouras está aquém do esperado, e isso é um ponto a ser monitorado. Devemos ter inclusive uma possível correção para baixo nas previsões das agências, o que pode trazer um viés mais positivo para as cotações”, explica Fernando.

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“Algumas regiões estão registrando uma movimentação melhor, outras nem tanto. Alguns produtores seguem na expectativa de que os preços possam avançar mais, principalmente com os relatos de que a produção em algumas regiões está abaixo do esperado”, destaca Fernando.

De modo geral, tanto fatores de alta quanto de baixa podem influenciar o mercado nos próximos meses, como a expectativa por mais uma La Niña, prevista com intensidade de moderada a baixa. 

Lavoura cafeeira em Minas Gerais, durante a colheita em fazenda parceira da Nucoffee.
Desde o início da colheita os produtores perceberam a quebra de safra desta temporada

O ponto crítico, segundo Fernando, seria um corte na produção brasileira. “São pontos de atenção, como a possível redução nas estimativas de produção do Brasil, a menor produção na Ásia e a oferta reduzida de café robusta”.

Por hora, o mercado deve voltar os olhos para fatores importantes que podem impactar os preços, como o inverno brasileiro, a florada nos próximos meses e as condições associadas ao surgimento da La Niña.

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